JUVENTUS-SP quase foi comandado por internautas - Tentou contratar Túlio Maravilha - internautas comandando futebol: projeto não deu certo

olá amigos,

O tradicional time do Juventus da Moóca, quase foi administrado por internautas.

Veja matéria do UOL esporte.

 

O Maguary, um time tradicional de Fortaleza, no Ceará, poderia ser o palco de uma verdadeira revolução no esporte brasileiro. O time foi abraçado pelo “Meu Time de Futebol”, um projeto inovador que pretendia dar a internautas o poder de decisão sobre as ações do clube. Por meio de um financiamento coletivo participativo, quem comprasse a ideia poderia escolher técnico, indicar jogadores e até escolher esquemas táticos, tudo por votação pela internet.

Em cinco anos, porém, as coisas não aconteceram como o esperado. Foram 100 mil pessoas cadastradas em pouco mais de um ano, mas menos de 0,5 % concordaram em colocar a mão no bolso para financiar o projeto. Além disso, negociações frustradas com o Juventus, de São Paulo, e com o atacante Túlio Maravilha acabaram com a empolgação dos torcedores que sonhavam em gerenciar um time pela internet.
“Acho que o resumão é que tínhamos uma grande ideia, mas fomos idealistas demais. No começo, conseguimos atrair muita atenção e a intenção era fazer algo diferente. Só que tentamos fazer tudo certinho e perdemos o timing. Abrimos negociação com o Juventus, ficamos seis meses conversando, não deu certo. E os 100 mil cadastros que conseguimos acabaram não colocando o dinheiro. Tivemos só 0,5% de adesões e arrecadamos cerca de R$ 20 mil. Para que essas pessoas não perdessem o investimento, fizemos a parceria com o Maguary”, lamenta Vicente di Cunto, empresário idealizador do projeto.

Como o discurso de Vicente mostra, em seus cinco anos, o MTDF tem duas fases: a primeira foi o sonho. A segunda, a maneira encontrada de colocar pelo menos parte da ideia em movimento.
O sonho: Juventus

• 

Quando o projeto começou, os envolvidos pensavam em comprar um time em um ano e, já em 2009, disputar torneios importantes, de preferência o Campeonato Brasileiro das Séries B ou C. Para isso, nos primeiros meses o projeto abriu uma votação entre os cadastrados para escolher qual seria o clube procurado. Uma série de times icônicos foi lembrado, como América, o do Rio de Janeiro e o Mineiro, ou o Criciúma, de Santa Catarina. O mais votado, porém, foi o Juventus, da zona leste de São Paulo.

As negociações foram abertas, mas o negócio não se concretizou. Tradicional, o clube da Móoca colocou algumas barreiras ao modelo de gestão proposto. “Precisávamos de um clube que aceitasse as decisões tomadas. Que recebesse o dinheiro investido e o usasse para o objetivo definido. E isso acabou não sendo aceito. Além disso, a torcida do Juventus é muito tradicionalista, contra inovações, e também rejeitaram a ideia. Acabamos sem time”, lembra Vicente.

Durante a negociação, porém, o projeto avançou. O MTDF chegou a fazer parcerias com uma operadora de telefonia celular, contratou o ex-volante Cesar Sampaio para cuidar de decisões estratégicas na área esportiva e atingiu a meta de 100 mil cadastros.

 O problema é que menos de 0,5% desses interessados realmente colocaram a mão no bolso para apostar no projeto.
“O projeto tem potencial, mas precisa de um modelo um pouco diferente. Talvez com uma empresa bancando inicialmente, para que as pessoas vejam que funciona e comecem a apostar”, analisa Vicente. “Além disso, os valores precisam ser repensados. Acho que o valor de um dígito, no máximo R$ 10,00, para projetos de financiamento coletivo é o ideal [o MTDF tinha uma anuidade de R$ 78,90]. E o sistema de pagamentos precisa ser mais ágil, em um clique, por exemplo. No nosso caso, a pessoa precisava imprimir o boleto, ir até um banco para pagar. É muito tempo para repensar o investimento”.

Na prática: Maguary e Túlio Maravilha

• 

Sem o Juventus e com a taxa de adesão mínima, o MTDF foi obrigado a procurar um parceiro para que quem apostou no projeto tivesse alguma contrapartida. Foi aí que o empresário Aguiar Júnior, de Fortaleza, entrou em cena. Ele ajudou a recuperar o Maguary, clube tradicional do Ceará no início do século passado que acabou com seu time profissional. E englobou o modelo MTDF.
“Fechamos com o Maguary em 2009. Aconteceu mais pela necessidade de que o projeto começasse a andar. Colocar jogadores no campo mesmo. O Aguiar se mostrou disposto a bancar o clube e o MTDF seguiu andando, mas muito mais devagar do que nos primeiros anos”, conta Vicente.

O modelo participativo foi mantido durante 2010, mas sem as votações. Os internautas mais ativos do programa deram sugestões e chegaram a encaminhar uma contratação de impacto: Túlio Maravilha. “Conversamos com ele e o interesse era mútuo.

E os internautas chegaram a indicar negociações com patrocinadores. Abrimos conversas com cinco empresas, algumas delas graças a contatos dos sócios. Mas acabamos não fechando o patrocínio e não tivemos dinheiro para contratá-lo”, admite Aguiar Júnior.

A partir de 2011, porém, o modelo acabou sendo interrompido. O MTDF não contou com renovações da anuidade e, atualmente, o Maguary segue vivo, bancado por Aguiar. “Conseguimos apoio de material esportivo e patrocínio. Além disso, devemos lucrar com a venda de jogadores. Acho que poderemos reativar o MTDF quando conseguirmos subir de divisão, chegar até a Série A do Ceará.

É uma pena, mas acho que o interesse dos internautas era trabalhar com um time de São Paulo ou do Rio. Quando o projeto chegou ao Ceará, o interesse sumiu. Mas esse modelo não morreu. Ainda acreditamos que podemos encontrar uma maneira de funcionar”, fala Aguiar.

O time profissional está, hoje, na Série C do Campeonato Cearense, mas os times sub-13, sub-15, sub-17 e sub-20 disputam a elite do torneio estadual. E, segundo Aguiar, ao menos 20 dos 206 atletas do clube têm potencial para chegar a times de maior porte.

Será esse o futuro do futebol?????????